sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As pessoas mudam ou se revelam?

Lembro-me da primeira vez que me foi feita essa pergunta: à espera do início de um casamento ou de um  aniversário, quando estávamos uma amiga minha e eu conversando, e ao mesmo tempo ela estava mexendo no celular dela, que estava conectado no twitter. Eu estava falando algo e de repente ela me mostra o retweet de alguma conhecida dela e me pergunta o que eu acho daquilo. E o retweet era essa perguntinha que não saiu da minha mente: As pessoas mudam ou se revelam?
Nesse dia, a minha amiga (agora nem tão amiga assim) deu-me sua resposta pronta, tentando me convencer que o que ela disse era a real resposta para a pergunta. Porém, ela não conseguiu me persuadir. Então, como a resposta não tinha sido respondida, não saia da minha cabeça. E eu sabia que não sairia até ser respondida. Só que a resposta era muito difícil. Pelo menos, era o que eu pensava.
Sempre que vinha o assunto "mudança" em alguma conversa eu sempre fazia essa mesma pergunta para a pessoa que eu estava conversando, ou quando ouvia alguém falar "Ah, ela mudou..." ou algo parecido, perguntava alguém próximo a mim a bendita pergunta. 
Cada pessoa tinha uma visão diferente. Eu as ouvia atentamente com o objetivo de ter encontrado a "difícil" resposta. Só que eu não encontrava, ou quando eu achava que a tinha encontrado, alguém vinha e quebrava minha teoria; quando eu havia decidido que as pessoas se revelam, que elas apenas tiram as máscaras, em determinado momento, e mostram sua podridão, vinha alguém e me perguntava algo do tipo: "Ué, então se uma criança é boa e depois ela se  torna um bandido, por exemplo, quer dizer que ela já nasceu má?" E eu tinha que mudar de opinião, porque eu realmente não acreditava naquilo. As respostas dos outros tornava tudo mais claro e escuro, ao mesmo tempo.
Até que um dia eu decidi procurar a resposta, mas não com obrigação de encontrá-la, porque percebo agora que eu possuía uma necessidade de encontrá-la também pela existência de uma certa rivalidade, mesmo que mínima e inconsciente, entre minha amiga eu. Ela tinha a resposta dela e eu tinha que ter a minha.      
E num dia qualquer eu encontrei a resposta. A difícil resposta que eu não conseguia achar. Eu fiquei surpresa, tanto por encontrar a resposta quanto por perceber que ela era totalmente simples. Mas eu não deveria estar surpresa: muitas vezes ganhamos algo quando não estamos esperando, e normalmente encontramos algo quando não estamos procurando. Além de que a gente complica tudo. Todo mundo faz tempestade em copo d'água, só que cada um a seu jeito.      
E a resposta tão difícil de ser encontrada, é a própria pergunta com apenas a mudança da conjunção. As pessoas mudam e se revelam. "Ponto. Simples assim", como diria certa pessoa. São casos e casos. E o engraçado (ou não) é que eu sabia a resposta, só não me conformava com ela pelo fato de acreditar que só poderia existir um "conceito". Deveria ser um ou outro. A própria pergunta nos dá a entender isso, que devemos escolher uma das indicadas a ser resposta. Mas não é assim, nem na pergunta nem na vida. Eu posso fazer uma coisa e outra. Eu posso ser uma coisa e outra. O problema é que a gente quer criar conceito e respostas universais para tudo do tipo "é-isso-pronto-acabou" e com isso acabamos nos matando a procura de "respostas absolutas". Só que nem tudo possui uma resposta absoluta, porque os pensamentos mudam.      
Ou se revelam?

2 comentários:

  1. Somos o que o tempo e as consequências fazem de nós. A vida acrescenta muitas coisas na nossa essência e o dia-a-dia faz com que revelemos nossos sentimentos escondidos, nossas características antes reprimidas. Incrível seu texto!
    Que blog lindo!
    Beijos, Cyn.
    http://ograndetalvez.blogspot.com.br

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  2. As pessoas apenas apresentam - se para nós de uma forma diferente da que nós estávamos habituados a ver, conhecer e saber. Beijos

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Comente: desamarre um nó.